Da beliscadinha à compulsão: como o doce age no organismo

Você conseguiu manter uma alimentação equilibrada durante toda a semana, mas a sexta-feira foi estressante no trabalho. Precisa aliviar a tensão. Então decide passar no mercado (afinal na sua casa não tinha doce porque estava de dieta). Mas hoje você merece um docinho, não é mesmo?

Leva um pote de sorvete e uns tabletes de chocolate. Em casa come tudo de uma vez. Um alívio. Você por um momento esquece de todos os problemas, mas depois de pouco tempo vem o arrependimento. Não é mais só o estresse do dia, é um turbilhão de emoções e sensação de impotência.

Isso tem nome: compulsão por doces. Ao ingerir açúcar ou carboidrato ocorre um aumento na insulina, o que faz com que o organismo entenda que é necessário repor a energia que foi embora, levando você a ter necessidade de ingerir mais açúcar, estimulando a insulina, criando um ciclo vicioso de dependência.

Esse transtorno normalmente está ligado ao estresse e à ansiedade. Se algum acontecimento afeta a pessoa durante o dia ela busca no doce uma compensação iniciando o ciclo vicioso e podendo levar à obesidade. Por isto está totalmente atrelado à saúde mental.

Durante a pandemia inclusive os casos de compulsão por doces aumentaram, justamente pela ansiedade e estresse causados por quem ficou em casa, seja durante a semana como aos finais de semana. Longe do convívio social e sem saber o futuro buscaram no açúcar um refúgio.

Quando suspeitar que tenho compulsão por doces

Tem gente que gosta de dar aquela “beliscadinha” ao longo do dia em doces e não necessariamente desenvolveram a compulsão. Porém é necessário atenção e não tornar disto um hábito.

Fique atenta quando deixa de ser apenas uma beliscadinha, quando não consegue parar de comer, ingere mais rápido que o normal e escondido das pessoas, gerando arrependimento depois.

Convido você a fazer um teste. Se costuma ingerir doces diariamente, tente ficar um dia sem, principalmente se este dia for estressante.

Tenho compulsão por doces. E agora, o que faço?

Procure ajuda profissional. O mais indicado é que você tenha atendimento multidisciplinar, sendo psicóloga, nutricionista e educador físico.

É um trabalho em conjunto. Você precisa ter uma dieta equilibrada e praticar exercícios físicos, ao mesmo tempo que cuida da sua mente, eliminando crenças limitantes, desenvolvendo inteligência emocional e deixando de descontar na comida.

Não adianta se esforçar na academia e exagerar na comida. Assim como não ter a melhor dieta receitada pela nutricionista se você não segue. O cérebro guia todas as suas ações. Saber controlá-lo fará toda a diferença no tratamento.